sexta-feira, 19 de março de 2010

Praça Milton Campos.

Eu e João: uma de passagem, o outro no cotidiano.
Eu, que moro ha alguns poucos quarteirões desta, vejo a Praça Milton Campos só nos meus caminhos de ida e volta pra casa e pra rua. O João, que trabalha no trailer de cachorro quente de frente pra praça vive ali o dia quase que inteiro, durante quase toda a semana.
Nenhum dos dois conhece o pessoal que sempre encosta e deita nos bancos da praça no horario de almoço, apesar de sabermos que esse tal pessoal cochila ali todas as tardes. A diferença é que o João reconhece os rostos e eu só enxergo uniformes cinza.
Acho que se trocassem a praça por uma casa, um prédio, ou qualquer outra coisa, nao faria muita diferença nas minhas passagens. O inverso seria para o João. Apesar de não ser grande e nunca receber eventos ou qualquer outro tipo de acontecimento curioso, é ela que distrai e ajuda a passar o tempo, porque independente do tamanho, tem sempre movimento. Como o trailer só dá ibope a noite, é preciso que se tenha algo pra assistir e tudo seria tão mais chato se ao invés da praça, o João tivesse que olhar a manhã e tarde inteira para um muro ou jardim fechado por grades.

É engraçado como é possível enxergamos o mesmo lugar de tantas maneiras diferentes. O lugar é esse, e você pode vê-lo como quiser: